Fé. O infinito que nos constrói e nos conecta como seres humanos. A temporalidade de um sagrado que dialoga com o alto e com o baixo, com o passado, o futuro e o presente. A fé não é linear, pois molda nossa percepção para observar aquilo que está além do concreto dos nossos dias. Ela nos convida a um processo cíclico. Vamos e voltamos, aprendemos e acreditamos, em um continuum de busca por causas caras a nós.
O sagrado constrói memórias. Brota da sabedoria do povo, e tal como círculo, ele vem e volta, é passado adiante para as próximas gerações, ao mesmo tempo em que retorna aos mais velhos para novos aprendizados. O sagrado é individual, mas também é coletivo. Faz nos identificarmos com o próximo, e com as comunidades, que participamos. É aquele que constrói elos, afetos e identidades, e não tem fim.
A obra e o vídeo estão focados na definição de fé dos depoentes. Os pesquisadores mapearam acontecimentos onde comumente a fé é evidenciada. A multiplicidade religiosa do Brasil faz parte do documento final e espelha as estatísticas deixando em destaque aquelas religiões que mais concentram fieis. Para não perder essa representatividade foi preciso estender a abrangência da busca indo também a Barretos, onde é possível acompanhar o trabalho na mesquita que reúne muçulmanos; fazer referência ao espiritismo de Franca e a romaria de Nossa Senhora das Graças, em São Joaquim da Barra.