Formado por profissionais de várias áreas do conhecimento, o Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais concluiu seu projeto de cidade para Ribeirão Preto. Foram três anos de estudos agregando valor ao trabalho que reúne metodologias inovadoras como a Teoria U, desenvolvida por professores de um dos maiores centros de tecnologias do mundo, o Instituto de Massachusetts – MIT e o Desing Thinking, um conjunto de ferramentas que organiza meios para se ter ideias.
Como base, os pesquisadores defendem que não são os candidatos à Prefeitura que precisam apresentar seus planos individuais de governo. Segundo o grupo, o ideal é que a cidade tenha seu planejamento para no mínimo vinte anos, elaborado pela sociedade organizada e, a cada eleição, os candidatos informem a população como atuarão para avançar a partir do plano existente. A proposição do Instituto concebe um modelo de cidade planejada com estratégias pensadas a curto, médio e longo prazo.
Estruturada em cinco cadernos, dos quais o primeiro e o segundo foram finalizados, o terceiro é uma obra em constante construção e o quarto e o quinto se referem ao período da execução e avaliação, a Tecnologia Social elaborada pelo IPCCIC se baseia nas referências culturais da localidade para a qual se está realizando o projeto. O primeiro caderno apresenta as identidades de Ribeirão Preto e seu diagnóstico situacional; o segundo conduz o planejamento estratégico e estuda as potencialidades, o terceiro elenca programas e projetos, o quarto promove a formação de redes de cooperação para a execução das propostas e o quinto estuda os resultados.
Organizada abaixo de dez programas a proposição do Instituto recebeu o nome de “Seja Comunidade”, que reflete o resultado da primeira fase da pesquisa, quando o grupo ouviu vários profissionais e concluiu que o fato de as pessoas não terem o senso de comum, não se proporem a viver em comunidade está na base dos problemas sociais. Os pesquisadores se concentraram, então, em como transformar o cidadão, hoje simples usuário da cidade, em cocriador do seu espaço. Esta demanda levou a muitas leituras. Ao final, o grupo pactuou em defender conceitos como o de transdisciplinaridade, uma maneira de compreender e trabalhar com as diversidades que promove a aceitação do diferente e permite a troca de conhecimento de forma colaborativa e envolvimento, que se baseia no comprometimento e em um nova forma de pensar e viver a cidade.
A segunda fase da pesquisa apontou que a ausência do amor surge como uma das responsáveis pelo rompimento das relações de pertencimento, tema que o grupo equacionou incorporando ao projeto ações em defesa do amor como atitude pedagógica.
Na terceira etapa, ao aplicar a Matriz SWOT centrada em Ribeirão Preto, uma metodologia usada em especial pela Administração e pela Economia, diagnosticou-se os pontos fracos e fortes, as ameaças e as oportunidades da e para a cidade. E foi a partir dessas informações, buscando encaminhamento para cada ponto da matriz, que o terceiro caderno está sendo apresentado.
No total, o material gerou 380 páginas de informações que desnudam a cidade e a movimentam em direção a um novo conceito que deixou de ser o de Cidade Criativa, para ser o de Cidade Humana. A criação de Redes de Cooperação é o modelo de gestão defendido e os projetos consolidam a transição da fase do problema (pontos fracos e ameaças) para as soluções (pontos fortes e oportunidades).